Com novos investimentos privados, Paraná caminha para ser polo de eletroeletrônicos

Líder nacional em diferentes segmentos da agroindústria, na produção de energia limpa e o segundo maior polo automotivo do País, o Paraná também tem despontado como um importante centro produtor de eletroeletrônicos no Brasil. Desde 2021, três grandes empresas ligadas à indústria da linha branca – que inclui eletrodomésticos e eletrônicos em geral – instalaram-se ou ampliaram as suas atividades no Estado, totalizando mais de R$ 2 bilhões em novos investimentos para este setor e milhares de postos de trabalho criados no período.

Além de integrar a estratégia de negócios das empresas, os investimentos também resultam da política de atração de investimentos privados do Governo do Estado, cujas ações são coordenadas pela Invest Paraná. A agência estadual atua na articulação com potenciais investidores e esteve envolvida em todos os processos de negociação por meio do programa Paraná Competitivo.

Criado em 2011 e fortalecido a partir de 2019, o programa tem como principal objetivo fomentar a economia do Estado, atraindo novos investimentos locais, nacionais e internacionais que gerem emprego, renda e riqueza. Ele é coordenado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e pela Invest Paraná, permitindo que empresas enquadradas pleiteiem incentivos fiscais sustentados pela legislação vigente, sem configurar renúncia fiscal.

“O Paraná Competitivo é um grande guarda-chuva que conta com os incentivos fiscais para a atração de empresas, mas também com uma série de outras frentes de trabalho que buscam demonstrar as vantagens competitivas do Estado para a atração de investimentos privados, como o segurança jurídica, previsibilidade e boas condições de infraestrutura e logística”, afirma o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin.

Para usufruir do rol de benefícios estaduais, as empresas interessadas devem cumprir quatro requisitos principais: gerar empregos, promover a inovação em nível regional, gerar um impacto positivo no aumento da receita estadual em médio e longo prazo e seguir os preceitos de ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa).

Em encontros com empresários de diversos segmentos nas últimas semanas, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou o impacto das políticas implantadas para reduzir processos burocráticos e garantir condições favoráveis de negócios, como o fortalecimento do Paraná Competitivo.

“Quando fizemos o planejamento para os primeiros quatro anos de governo, o estudo previa a atração de R$ 50 bilhões em novos investimentos. O resultado, na prática, foi muito além do previsto, e fechamos os últimos seis anos com R$ 285 bilhões, com várias empresas escolhendo o Paraná para trazer seus empreendimentos e muitas outras ampliando as plantas que já tinham no Estado”, diz.

ELECTROLUX – Em 2023, a multinacional sueca Electrolux anunciou um investimento de R$ 731 milhões para a expansão das suas atividades no Paraná a partir da construção de uma nova fábrica em São José dos Pinhais. O protocolo de intenções que iniciou o processo foi assinado em maio do ano passado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e o presidente da Electrolux América Latina, Leandro Jasiocha, que também incluiu o projeto no programa de incentivos fiscais do Estado.

Segundo Jasiocha, a decisão de ampliar as atividades no Paraná foi pautada por uma combinação de fatores, como características do projeto, condições demográficas, logísticas e sociais. “A região escolhida levou vantagem pelas características do terreno, disponibilidade de infraestrutura, proximidades com a planta de Curitiba e por fazer parte de hub logístico que inclui o Aeroporto Internacional Afonso Pena e acesso às principais rotas de escoamento de produtos”, detalha.

As políticas públicas e os incentivos oferecidos pelo programa Paraná Competitivo também pesaram na decisão da Electrolux, de acordo com Jasiocha. “A falta de burocracia, o suporte institucional da Invest Paraná e a infraestrutura já existente criaram um ambiente muito favorável para a implantação de um projeto desse porte. O Governo do Estado demonstrou grande comprometimento em apoiar iniciativas que geram benefícios econômicos e sociais, o que nos deu a confiança de que o Paraná era o local certo para essa expansão”, acrescenta.

Presente no Estado desde 1996, quando o grupo adquiriu a Prosdócimo, a estrutura da multinacional sueca é atualmente composta por três fábricas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), responsáveis pela produção de 67 modelos diferentes de produtos e que envolvem cerca de 15 mil empregos. O complexo ainda contempla dois dos três Centros de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos da empresa no mundo.

A nova unidade, em fase adiantada de construção, permitirá que a Electrolux amplie a sua capacidade produtiva das linhas atuais de refrigeração e comece a produzir localmente modelos que são atualmente importados. Além de atender o mercado interno, fábrica produzirá para os mercados de outros países da América Latina e do Caribe, como Argentina, Uruguai, Chile, Costa Rica e Equador, cujas exportações serão feitas a partir do Porto de Paranaguá.

A primeira etapa do projeto será concluída no primeiro semestre de 2025 e envolve uma área de 46 mil metros quadrados. Quando entrar em funcionamento, será a primeira na América Latina com zero emissões de carbono, utilizando 100% de energia renovável em sua operação. “Estamos progredindo conforme o planejado para entregar uma planta moderna e eficiente, alinhada às nossas metas globais de sustentabilidade e inovação”, confirma Jasiocha.

Já a segunda fase, que será concluída no final de 2026, ampliará ainda mais a capacidade produtiva e o impacto positivo do empreendimento na região. A nova planta vai gerar cerca de 2 mil novos postos de trabalho, sendo 400 novos empregos diretos, 100 terceirizados residentes e mais de 1.400 empregos indiretos da cadeia de fornecedores.

“O cenário econômico do Paraná é muito positivo, com crescimento constante e a consolidação dele como um importante polo industrial no Brasil. Embora estejamos focados na entrega da nova planta industrial, acreditamos que o Estado continuará a oferecer oportunidades para futuras expansões”, concluiu o CEO da Electrolux.

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