
Devoto da Padroeira do Brasil, o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, visitou duas vezes o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo.
A primeira das passagens foi discreta, em 2007, quando Jorge Mario Bergoglio ainda era cardeal e arcebispo de Buenos Aires. Na ocasião, ele participou de um evento que reuniu cardeais no templo católico.
Seis anos depois, meses após ter sido escolhido Papa, ele voltou a Aparecida e reuniu uma multidão de fiéis. A visita foi marcada por manifestações de devoção de Francisco à Santa e de carinho com os brasileiros.
A primeira visita de Jorge Bergoglio aconteceu em maio de 2007, quando ele era cardeal e arcebispo de Buenos Aires. Na ocasião, Jorge participou de um evento da Igreja Católica no Santuário Nacional de Aparecida e também presidiu uma missa na basílica.
Durante a estadia na cidade, o cardeal ficou hospedado por 21 dias no Marge Hotel, no centro histórico da cidade, a 100 metros da Basílica Velha, com vista para o Santuário Nacional.

Visita como Papa Francisco em 2013
A visita ao Santuário Nacional de Aparecida aconteceu no dia 24 de julho de 2013, quando Jorge Bergoglio já era o Papa Francisco – ele, aliás, havia sido eleito pelo conclave pouco tempo antes, em março daquele ano, como sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana.
Ele saiu do Rio de Janeiro, onde participou da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), fez uma escala em São José dos Campos e seguiu de helicóptero para Aparecida.
Mais de 200 mil fiéis estavam presentes no Santuário mesmo com a chuva no dia. Após descer no heliponto, o Papa Francisco seguiu de papamóvel por um curto caminho até a entrada da basílica, acompanhado do cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis.
Francisco transitou em um papamóvel sem blindagem e destapado nas laterais, mas com cobertura na parte superior. Muitas pessoas choraram e cantaram o nome de Francisco durante o trajeto. Ao menos duas vezes, ele pediu ao motorista do papamóvel que parasse o veículo para pode beijar a cabeça de algumas crianças.

Antes de celebrar a missa na basílica, o pontífice fez uma parada na Capela dos Apóstolos do Santuário Nacional, um espaço reservado, localizado atrás do Nicho de Nossa Senhora Aparecida. No local, ele teve um momento especial de veneração da imagem original e orou.
Em seguida, Francisco se dirigiu para o altar da basílica, em um cortejo ao lado de cardeais brasileiros e de outros países, além de bispos. Ele apresentou a imagem de Nossa Senhora Aparecida para os fiéis e iniciou a missa, celebrada em português.
Cerca de 12 mil fiéis e 3 mil convidados puderam acompanhar a missa dentro da basílica. No discurso, o pontífice manifestou a alegria por estar em Aparecida – ele era devoto da Virgem Maria e lembrou que, um dia após ser eleito como líder dos católicos, dedicou seu pontificado a ela durante visita à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Na celebração, o Papa não distribuiu hóstias, para que a comunhão feita por ele não se tornasse mais importante que a dada por outros religiosos. Cerca de 1,1 mil padres e 50 bispos distribuíram as hóstias consagradas para os fiéis.
Após a missa, o religioso seguiu para a Tribuna Bento XVI, do lado de fora da basílica, onde abençoou os milhares de fiéis que o esperavam. Francisco pediu desculpas por não falar “brasileiro”, disse que falaria em espanhol e se desculpou novamente. Em todos os intervalos de suas falas, foi ovacionado pelo público.
“Uma mãe se esquece de seus filhos? Ela não se esquece de nós. Ela nos quer e nos cuida”, disse o Papa, antes de pegar a imagem de Nossa Senhora com as mãos e apresentá-la aos fiéis, abençoando-os.
Francisco, em seguida, deixou o Santuário Nacional e se abrigou por poucas no Seminário Bom Jesus, também em Aparecida, para descansar e almoçar. Por volta das 16h, ele deixou a cidade com destino ao Rio de Janeiro.
Além dos romeiros, a visita do Papa mobilizou um efetivo de mais de cinco mil homens, entre membros das Forças Armadas, que cuidaram da segurança na cidade, socorristas, que atenderam no hospital de campanha instalado nos fundos do santuário, e jornalistas.