O Jogo do Tigrinho se tornou um problema social alarmante, levando pessoas ao vício, à inadimplência e até mesmo à venda de bens pessoais para sustentar a compulsão por apostas. A situação se agravou a ponto de gerar fila de espera para tratamento na ala de psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“Não jogo mais pelo dinheiro, é pela emoção”, relata Jéssica Amaral, que desde o ano passado já gastou mais de R$ 170 mil no Jogo do Tigrinho. A busca por ganhos rápidos e a falsa ostentação de influenciadores nas redes sociais são alguns dos fatores que contribuem para o problema.
O “transtorno do jogo” é uma patologia real, afetando cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil. A ilusão de dinheiro fácil e a adrenalina das apostas ativam o sistema de recompensa cerebral, levando a um ciclo vicioso cada vez mais intenso.
“O jogo de azar é muito sedutor para o cérebro, pois ativa o sistema de recompensa”, explica o psiquiatra Rodrigo Machado. “Esses jogos online, por serem de fácil acesso, agravam ainda mais a situação.”
Os efeitos do vício em jogos como o Tigrinho são comparáveis aos da dependência química. O tratamento é multidisciplinar e inclui acompanhamento psiquiátrico, terapia e atividades que proporcionem prazer de forma saudável, como o exercício físico.