A comunidade de imigrantes presentes em Carambeí sempre se dedicou a manifestações culturais, como a música, dança e o teatro. Deste último, se tem registros das atividades a partir da década de 1950. Desta forma, a criação do projeto Museu Interativo, na Vila Histórica do Parque, era só uma questão de tempo.
A reconstituição das casas, escola, igreja e demais ambientes de trabalho e convívio foram o incentivador ideal para a comunidade impulsionar sua paixão pelo teatro. Em datas especiais e festividades, a Vila Histórica ganha vida e os moradores de Carambeí prestam uma homenagem ao passado, relembrando as famílias dos imigrantes, descendentes e todos que aqui se fixaram.
É a motivação solidária, o desejo de ajudar, o prazer de se sentir útil. Voluntariado é uma relação humana, rica e solidária. O trabalho voluntário não é uma atividade fria, racional e impessoal. É contato humano, é relação de pessoa a pessoa, oportunidade para se fazer novos amigos, intercâmbio e aprendizado.
Trabalho voluntário é uma via de mão dupla: o voluntário doa e recebe. Voluntariado não tem nada a ver com obrigação, com coisa chata, triste, motivada por sentimento de culpa. Voluntariado é
uma experiência espontânea, alegre, prazerosa, gratificante. O voluntário doa sua energia e criatividade, mas ganha em troca contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de viver outras situações, aprender coisas novas, satisfação de se sentir útil.
Ao mobilizar energias, recursos e competências em prol de ações de interesse comum, o voluntariado combate a indiferença, a discriminação e a exclusão social, fortalece a solidariedade e a cidadania, reforça o pertencimento de todos a uma mesma sociedade. Ajudando aos outros, ajudamos a nós mesmos e a todos.
Fazer parte do projeto Museu Interativo como voluntário é ser responsável por difundir a rica cultura de Carambeí: da mistura de vários povos que aqui escolheram para sua moradia, levando adiante nossos costumes, hábitos e tradições. São vocês os porta-vozes dessa herança.
Inaugurada em 1 de setembro de 2001, a Casa da Memória foi a primeira ala museal do Parque Histórico de Carambeí. Anteriormente a mesma construção abrigava um estábulo, datado de 1946, que atualmente dá lugar ao projeto de preservação da memória da colonização holandesa nos Campos Gerais e da própria construção histórica da cidade de Carambeí.
O estilo arquitetônico adotado remete a construções de celeiros em algumas regiões da Holanda – a escolha da edificação para
uso de uma instituição de memória se faz importante para a compreensão da identidade histórica do imigrante, além de ser de grande representatividade entre suas práticas econômicas, sociais e culturais.
Em comemoração ao Centenário da Imigração Holandesa no Paraná, 2011 foi inaugurado a Vila Histórica, espaço que representa a antiga colônia. Em 2015 finalizando o projeto do complexo museal foi inaugurado o Parque das Águas, inspirado no Parque ambiental holandês Zaanse Schans.
A primeira família de imigrantes a se instalar em Carambeí era uma família alemã que aqui se fixou em 1910. Os primeiros holandeses chegaram aqui em 1911, mas não diretamente da Holanda. Eles já estavam desde 1909 em Irati na colônia chamada Gonçalves Júnior. Colonização que fracassou devido a doenças e pragas, à falta de conhecimento e à falta de recursos.
Muitas crianças e mulheres faleceram neste local, motivo pelo qual o lugar ficou conhecido como “Cemitério das Senhoras”. Dois irmãos, Jan e Leendert Verschoor, ouviram que aqui a BRAZIL RAILWAY COMPANY abria uma colônia para assim viabilizar a construção de uma estrada de ferro.
Cada colono recebia da Companhia 1 pedaço de terra, 1 casa com estábulo, 6 vacas, 1 junta de bois, sementes e adubo, com o prazo de 10 anos para o pagamento. Este pagamento era feito em produção de leite posteriormente entregue na pequena
fábrica da própria Companhia. O 1º contrato com a Companhia foi assinado no dia 04 de Abril de 1911. Os irmãos voltaram para Irati para contar a novidade e de lá veio também a família Vriesman.
O sr. Jan Verschoor havia perdido sua esposa em Irati e resolveu retornar à Holanda para procurar uma nova esposa, quando veio a falecer. Mas segundo os relatos que fez no país, vieram no final de 1911 diretamente da Holanda para Carambeí, as famílias: Voorsluijs, De Geus, Los e Harms.
O pequeno grupo era muito unido, principalmente na fé (Igreja Evangélica Reformada). Em 1917 a Companhia concluiu a estrada de ferro e se retirou. Surgiram então pequenas fábricas de queijo, as quais geravam concorrência entre os produtores. Isto fez com que eles se unissem e formassem, em 1925 a primeira Cooperativa de Produção do Brasil com o nome COOPERATIVA HOLANDEZA DE LATICÍNIOS LTDA. O leite e o queijo produzidos eram levados até Ponta Grossa por meio de carroças conduzidas por cavalos; para Curitiba e São Paulo de caminhão ou trem. Em 1928, surgiu a marca BATAVO.
O ano de 1935 foi marcado pela vinda dos Indonésios para a colônia de Carambehy. Eles também trouxeram consigo capital o que foi de grande auxílio para o desenvolvimento e progresso da colônia. A Indonésia, durante muitos anos foi colônia da Holanda e quando a Indonésia ganhou sua independência, muitos holandeses que lá viviam e não querendo retornar para a Holanda, resolveram vir para o Brasil, pois estavam acostumados com o clima tropical da Indonésia.